quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Sofia - Que beleza

O dia amanheceu lindo. Nada como uma noite bem dormida, um bom banho e a expectativa de conhecer Sofia. Esta cidade que raramente se ouve falar.
O frio de -10graus, com vento cortante, e esse céu com bastante azul, em uma cidade vazia.
A gente começa a andar, tentando se guiar pelo mapa, mas é impossível. Essa é a coisa mais interessante, a gente não conhece as letras e nem pode imaginar o que seja.
 A gente vai encontrando e se encantando. Os prédios lindos, as ruas, o comércio está tão em harmonia que começo a ficar indignado pela não divulgação dessa cidade.
Encontro igrejas, mas aqui já são as Ortodoxas Gregas que não permitem que se fotografe dentro.
Essa eu já tinha tirado quando levei bronca.
 Acontece de se ver uma troca de guarda, uma preparação para a festa de hoje. Eu começo a procurar alguma lojinha de lembranças para turistas, para que eu possa comprar um livro da cidade em espanhol ou qualquer outra língua que conheça as letras.
Mas nem isso tem por aqui. Tem guapos de gregos, italianos e não tem grupos de chineses nem de coreanos. Como pode?
 Encontrei o museu de arqueologia. Fiquei louco lá dentro.
Começo a entender um pouco. Essa região está acima da Turquia, À margem do mar negro, ligando a Ásia e a Europa. É a região onde se encontra sinais mais antigos de civilizações da europa e os sinais arqueológicos das primeiras atividades mentais do mundo. Aquei encontraram dados do "homo habilis", com obras de mais de 45.000 anos
Existem muitos produtos do período neolítico, com objetos em pedra, barro, ouro etc.
Veja a coincidência, no ano passado eu estava na Macedonia, aqui do lado e fique impressionado com a quantidade de escavações. perto do Lago Ohrid. Pois é, nessa região se formou a população mais antiga da Europa - Os Tracios - antes do Sec IV a.C. - tem objetos impressionantes.
 Ainda no Sec III a.C. foram invadidos pelos Celtas. e a Região passou a ser chada de Balcãns
Depois vieram os Romanos. Pertenceram Terra Cristã antiga, ao império de Deocleciano, ao de Constantino
Tiveram guerras com os Germanos, Os Godos
No Sec XI d.C. Vieram os Mongóis, depois os Otomanos
Já viu quanta história. e as marcas estão presentes, bem conservadas.
Bem, tiveram que me por para fora do museu. pois é dia de festa e precisavam fechar.
O restante da cidade é linda. Prédios maravilhosos, praças, tudo. 
A comida, o vinho e as roupas são baratas.
Em resumo esta cidade é uma pérola que o Comunismo deixou viver.
Um patrimônio histórico
E com tudo isso, depois de tanto entrar em Igrejas, rezei tanto, que tenho certeza que 2016 vai ser ótimo.






quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Caminho de Romênia para a Bulgária

Desde ontem há algo um pouco estranho em meu metabolismo. Nada preocupante, algo de estranhamento com algum tempero. Um burburinho interno, que não dá enjoo, nem solta o intestino.
Noite mal dormida. Acordo cedo, arrumo malas, ando um pouquinho e vou para a Estação. Um frio intenso e restos da neve que caiu ontem à noite.
Encontro uma sala quentinha para espera. Com tomada para ligar o computador e ler bastante.
Tive que tirar a passagem em local especial por ser viagem internacional.
A surpresa é que é um trem velho e apertado. Comprei água e maçã, pois o nariz não está gostando de cheiro de comida.
Castigo do destino. Na minha cabine está um chinesinho, desses jovens que vem estudar por aqui. Tem um balde de frango da KFC, uma porção enorme de batatas e um tanque de refrigerante. O pior é que os chineses fazem um barulho enorme para comer, estala a língua, falam de boca cheia. Eu odeio gente que faz barulho para comer. Essa é uma diferença cultural que ainda não superei. Trauma de infância.
Moral da história, noite mal dormida, cheiro de comida para quem não está muito legal, barulho exagerado e tentativa de puxar assunto não é uma expectativa muito boa para uma viagem que deve durar mais de 10 horas.
Vamos fazer exercício de abstrair. Se meu mundo cair...eu que aprenda a levitar.
Passamos por uma periferia feia, um lixão enorme, fedido e com correntes de água ao lado. Essa é a diferença em viajar assim de trem, percorrendo todo o País. A gente vê mais. É assustador passar de uma Áustria ou Alemanha, mesmo de uma Hungria pra a realidade da Romênia. Tão juntos, ha geografia e na história. Tão distantes.
Tenho gostado tanto de estudar que a companhia do Freud ajuda muito.
Alguns campos de petróleo e algumas refinarias. Gente, tudo enferrujado.
Claro que depois de quase três, acabou o frango, a batata... mas tinha um saco de mexericas. Continua cheiro e barulho.
Depois da aventura da fronteira. Uma mulher foi pega sem passaporte, chorou, fez escândalo, alegou inocência, mas não tem conversa. Foi posta para fora do trem.
Logo depois a travessia da ponte da fronteira. Uma ponte muito alta. O trem passa devagarinho e a gente tem certeza que qualquer vento mais forte vai derrubar a gente de lá.
Em todo caso surge a primeira impressão da Bulgária. Do outro lado da ponte, um centro industrial, porto, muitas usinas atômicas.
Uma cidade grande, com prédios e avenidas mas modernas, melhor conservadas.
A estação já mais limpa e arrumada. Não tem mais mato nos trilhos. Isso assusta ainda mais, reforça a diferença da Romênia.
Um lindo entardecer. Estou melhor e permanecemos trancados em nossa cabine os mesmos três que saíram de Bucareste. Cada um com sua telinha, em seu mundo.
Claro que quando estava relaxando, era outra mexerica. E depois abriu um pacote de biscoito.
Até que fui me adaptando, quando abria a mochila eu tinha uma sensação de cansaço e de intolerância, mas, respira fundo e aprende a conviver....
Depois que o Romeno desceu, ficamos só os dois na cabine. Como eu não alimentei muito a conversa no inicio da viagem, só observava a impaciência dele. Coitado um jovem, com toda energia e que gosta de conversar, estar com um cara que fica lendo o tempo inteiro.
Mas a maior prova de paciência, foi quando ele tirou o sapato. Sabe aquele negócio de chulé de jovem em férias, longe de casa...
Eu não tive outra saída. Abri a porta, como frio estava intenso, ele resolveu se proteger.
Que loucura. Um rapaz simpático, bem intencionado e bem educado. Não estava fazendo nada para provocar ninguém, mas as diferenças trancadas em uma cabine, sem poder se comunicar, chega a ser muito divertido. 
Tudo isso ainda é pouco.
O trem para em uma estação que não tem nada, nem um caixa eletrônico.
a gente tem que caminhar um bom tanto para chegar na estação de ônibus, que também não tem caixa. Daí você atravessa um estacionamento, várias ruas e chega em uma outra estação. (diga-se de passagem a -10graus) Nessa Nova estação o caixa eletrônico não está funcionando, então você negocia com o taxi, para te levar até um caixa, te levar ao hotel e cobrar apenas o taxímetro. Ok consegui.
Ele me deixa a dois quarteirões do hotel, porque é contra mão e me pede um tip (gorjeta)
No hotel, o recepcionista está atrás de uma mesa chia de comida. Disse que estava me esperando. Me leva até o quintal do hotel, abre uma porta, que passa em baixo de uma escada e chega em um quarto que fede mofo mais do que qualquer coisa.
Imagine, morto de fome e sono, digo que preciso comer. Por sorte tem um restaurante quase em frente. Ele me diz que vai embora e que se eu quiser sair ou entrar depois das 22 horas, é para eu entrar pelo terreno do vizinho.
Como a fome era enorme, eu fui.Comi bem. Na hora de pagar, eles não aceitam cartão. Explico a minha situação, sei lá como, nesse país que tem mais letra que qualquer alfabeto, vou ao hotel, pego meus solares e volto para pagar.
Quando volto ao Hotel, o cheiro estava tão mais forte que se eu ficasse ali au iria amanhecer com uma alergia que não tenho.
Visto roupa e saio a caminhar pela cidade. Perto de uma da manhã, sem saber de nada. 
Encontro um hotel, negocio a diária, vou lá e pego minhas coisas.
O resto eu resolvo amanhã. O importante é que estou bem e vou dormir muito bem.
AH!!!! o motorista do taxi me lembrou que o pai da Dilma nasceu aqui.
Isso é para vocês .....

mais um AH! - acho que preciso pensar em usar meia de lã e calça mais grossa..

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Romênia - Bucareste

Eu sabia que não ia durar. Passa tudo muito rápido.
Minha semana de Romênia está acabando. Amanhã vai ser dia de viagem longa.
Acordei cedinho, me equipei para enfrentar a rua, a previsão de chuva e de queda de temperatura.
A cidade estava vazia, a chuva não atrapalhava e agora já me entendo bem com a cidade.
Comecei encontrando um monastério com pinturas maravilhosas em uma capelinha encantadora.

Na verdade Bucareste é uma cidade grande. (Pense que a Romênia tem menos habitantes que a cidade de São Paulo).
Embora tenha muitas construções bonitas, Aqui também tem muita coisa abandonada, caindo aos pedaços. 

O Centro Antigo é um desespero. Muitas casas em decomposição embora as ruas estejam cheias de carros estacionados. Imagino que sejam funcionários públicos em tantos ministérios na região.
A Rua que leva ao Parlamento é linda com jardins na lateral e prédios lindos, sólidos e clássicos. Sem essa modernidade de tudo de vidro.
O Parlamento é enorme, o maior da Europa.
Andei por grande parte da cidade. Almocei cedo e deixei a tarde livre para ir ao Museu Nacional e entender esse povo e essa história.
Com o corvo pousando na cabeça do Vlad.
Claro que tinha que acontecer algo. O Museu estava fechado. Só abre depois das festas.
Fui baixar as fotos e deu um pau no programa, depois que eu havia limpado o chip.
Horas depois consegui recuperar as fotos.

Não tirei muitas, porque o mais interessante e lindo são as igrejas. São muitas e muito cheias de gente e celebrações. Então não dá para tirar foto durante atos de fé.
Também pelos bairros de agitos, onde encontrei esse toldo muito criativo

Valeu muito a Romênia, ou seja tudo até agora. Umas férias econômicas e produtivas.
Amanhã vou estar com Sofia. Vou dormir em sua cama. 
Depois eu conto.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Bucarest - Ainda na Romênia

Agora que deixei a Transilvania, peguei um trem e vim lendo o primeiro livro do Freud. 
Nem percebi a viagem, mas parei para ver um lindo por do sol.
Depois de encontrar o hotel, pegar um mapa, sai procurando onde comer.
Andei, andei, andei... (acho que se eu fosse mais sertanejo eu faria uma música)
Me perdi, me confundi e......andei
Parei em uma cantina, comi um polvo picante que fez gosto.
Depois....andei, andei, andei e tirei algumas fotos
Quem asna amanhã eu descubra o que era.
Se...tiver uma ambulância, escalda pé, choque....













domingo, 27 de dezembro de 2015

Brasov - Romenia

Depois de 20 dias que sai do Brasil. Muitos passos, muitos degraus, muitas igrejas e muitas descobertas.

Primeiro agradecer pelas mensagens, pelas 15.000 visualisações no blog, muitos e mails.\, é bom ter companhia nesse momento que a gente está só, distante e integrado em um mundo maior.
Ontem à noite fui no restaurante que todos tinham falado. Pedi o prato típico mais falado..... Veio uma porção de charuto de repolho....
Tudo bem, tinham uns torresminhos deliciosos na entrada, com pedaços de cebola crua. Tinha uma pimenta inteira (dedo de moça em leve conserva) e duas pelotas de polenta.
Ao sair, uma lua cheia que aumentava o ar de mistério por detraí de tantas mansões com torres e espaços para nosso imaginário.

Sai cedo, caminhei por muitas horas e fui a todos os pontos indicados para os turistas verem na cidade. 
Hoje acordei muito cedo. Sai para caminhar e ver essa cidade. Adoro percorrer quase todas as ruas de uma cidade, pelo menos a medieval, pois a moderna não me importa muito, já que são parecidas em qualquer lugar.
Uma cidade medieval, candidata à capital cultural da Europa. Parada no tempo, portanto mais resistente aos modismos. 

As sinagogas e museus estavam todos fechados e só abrem depois das festas. As igrejas ortodoxas lotadas de gente, muita fé e eu não tinha coragem de fotografas. Observe-se que aqui as igrejas ortodoxas são cercadas de cemitérios.
A igreja católica, em uma tinha um telão de projeção que escondia o altar e na outra (a igreja Negra) só abria depois das 12, cobrava ingresso e não tinha grande encanto por dentro. Igreja negra, porque teve um incêndio e ficou negra. (cerca de 1700) foi recuperada, mas os comunistas pintaram toda de branco por dentro. Hoje tem muitos tapetes pelas paredes e sacadas.

O comercio abriu e quase comprei um paletó novo. Depois de quatro invernos, achei que merecia. Os preços eram bons, mas nada me convenceu.
Depois de comer e beber muito bem, resolvi postar algo, lavar roupa, arrumar mala e pesquisar um pouco do próximo destino.

Se alguém quiser conhecer a Romênia, minha dica é começar por Brasov. A não ser que seja curioso e um antropólogo mal resolvido que queira viajar mais de 16 horas em um trem para poder observar a realidade. Eu gostei, mas sei que nem todo mundo tem essa preferência.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Brasov - Drácula e outras histórias

Grande encanto e boa revelação.
Brasov (pronuncia-se Braschof) é uma cidade assustadoramente surpreendente.
Ontem à noite, conversei com o recepcionista do hotel e disse o deu interesse em conhecer os monumentos em torno de Brasov. Principalmente o castelo do Drácula, naturalmente.
Ele prontamente me mostrou o folheto de uma agência "The land of Drácula", disse das alternativas. Eu optei em fazer o passeio completo com três castelos.
Depois de uma ligação, disse que não havia mais vagas, e que domingo só poderia ser à tarde.
Em todo caso a agência ia retornar a ligação em um minuto.
Juro qu em menos de um minuto, disse que haviam conseguido um motorista e que me pegariam às 10horas.
Exatamente na hora marcada. Chega um carro com uma motorista linda e simpática. Manuela e eu nos apresentamos, eu disse da minha dificuldade com o idioma, sentamos no carro e fomos. 
Conversamos muito. 
Falamos sobe a diferença entre a estrutura do País e de Brasov, Sobre o tempo do comunismo, Sobre a produção Nacional, Comportamento humano, história, modernidade e vida.
Ela manifestou que preferia o comunismo pelas oportunidades de estudo e emprego.
Disse do poder da Romênia e tudo o que foi perdido com fim do comunismo.
Reconhece os benefícios de agora, mas não tem mais indústria, emprego e muito menos escola. Quem estuda não pode ficar aqui. Reclamou da falta de neve e a baixa expectativa para o turismo em Janeiro e fevereiro que seriam meses de Neve.
Viajamos um pouco, Vi lindas montanhas, Vilarejos e chegamos a Sinaia. Linda cidadezinha que se constituiu próximo a um monastério. 
Um pouco à frente chegamos ao Castel Peles. Considerado o castelo mais moderno. Residencia da Família real Romana. Foi construído e concluído no final do Sec XIX. Os reis, de orígem alemã, tiveram apenas 5 gerações, pois o império acabou com a primeira guerra mundial.

 O Castelo é lindo. Internamente é absolutamente lindo, funcional e bem conservado.
Os trabalhos em madeira e machearia são incríves.
 Já extasiado e cansado, dois minha nova amiga Manuela anda rápidos e as distâncias não são nem pequenas, nem planas.
Fomos para Bran. Aqui é bom explicar.
Bran é a cidade. Esse castelo é do sec VXI, portanto quase 400 anos mais velho que Peles.
Quem morou aqui foi Rainha Maria cerca de 1.870.
Um pouco antes, entes de 1500 O conde Vlad Drácula morou aqui.
Ele é considerado um grande líder. 
Ele não admitia prisão. Se o criminoso, o corrupto ou alguém que não obedecia a lei era empalado.
(é melhor não explicar aqui o que significa isso)
Ah! Bram Stokler escreveu o livro em final de 1800. e seu nome não tem nada a ver com o nome da cidade.
Mais uma nota. Vlad nunca morou aqui. ele usava esse castelo para preparar seus exércitos e se defender contra os otomanos.



 Essa é a verdadeira cara do Conde. 

 Já voltando para Brasov. podemos ver Rasnov.
Uma fortaleza contra invasores construida por volta de 1210.
Mais uma subida. Mais um encanto

Assim percorremos quase 660 anos de história em uma caminhada (e que caminhadas) de um dia.
Note que tudo muito bom, mas a quantidade de gente nos locais é um absurdo.
Mas vale a pena.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Nos trilhos para Brasov

Hoje é Natal.
Um dia assim, que a gente acorda meio tonto, demora a sintonizar.
Parece que há um milagre mesmo...
Acordo cedo, consigo marcar o trem. É um trem com cabines para seis pessoas. Aqui o trem volta a ter barulhinho de trem.
Viajo eu e um casal de pessoas típicas. O rosto bastante enrugado, a boca murcha, os ombros largos, queixo saltado e mãos de quem trabalhou muito. Ela usa um lenço na cabeça, amarrado no queixo, Poderia ser a feição de uma bruxa, mas é a imagem da doçura.
Ele parece ter Alzheimer e ela toda paciência do mundo. 
Eu durmo, acordo e ele continua me encarando e perguntando quem eu sou. Eu não falo nada e ela acalma. Ele se encanta e exclama sobre alguma coisa e ela ri com ele. Ele cospe no chão e ela rindo, explica.
Muitas fábricas abandonadas. 
Alguns castelos quase caindo aos pedaços. Isso é resultado do que o comunismo fez com as indústrias e com as propriedades privadas?
A estrada continua muito parecida. Mas, cada vez mais, vou vendo obras de infra estrutura. Sabe aquelas coisas necessárias para um país? Construir ferrovias, e parece que as obras andam.
Até agora, o que vi é um país que saiu da guerra, saiu do comunismo e agora começa a despertar. As casas e as cidades sem manutenção, mas não tem favela. 
O trem lento, as janelas sujas demais, muito abafado. Já são seis horas de viagem e as estações começam a ficar mais moderninhas.
Um grupo de jovens, com bengalas coloridas, botas longas, chapéu e gorros cheios de flores muito coloridas entra no trem. Cantam alto, e querem dinheiro. A gente não sabe o que é isso, se é uma festa, uma tradição ou uma baderna. Incrível com as imagens me lembraram a Laranja Mecânica. Jovens corados uniformizados, com bengalas, cantando e ameaçando as pessoas. Eram muitos e invadiram várias cabines. Foram embora e a senhora me fez o sinal coçando o polegar com o indicador, como se eles quisessem dinheiro.
Chegamos em Brasov quase uma hora atrasados. Já estava escuro. Os túneis escuros , sujos e mal cheirosos nos direcionavam para Taxi. 
Acreditei que eram oficiais, mas as caras eram de mafiosos. Estavam em grupos no ponto. Não havia nenhum ônibus n terminal e quando mostrei o endereço, conversaram entre eles. E me disseram o preço.
Diante daquelas poucas oportunidades, eu concordei.
A cidade é linda, avenidas largas, muitas ilhas, e parece primeiro mundo. Fico revoltado em ver uma periferia miserável em um centro tão desenvolvido. 
O cara foi dirigindo aloucado, falando no celular e eu só escutando que o cara do outro lado estava muito bravo.
Me levou ao endereço da minha reserva. Eu Questionei que o nome do hotel não era o mesmo. Ele muito irritado disse que a rua era aquela e o número era aquele.
Claro eu não vou comprar briga, desci, e vi que a foto da reserva coincidia com a casa. 
Minha grande surpresa.  A dona do local disse que a reserva não era para lá. Quis cobrar taxas extras. Eu perguntei onde era. Ela me indicou, mas era uma rua sem saída e sem o número previsto.
Lá vou eu montanha abaixo, tentando encontrar uma solução. 
Chego em uma delegacia. O policial apenas me indica o caminho até a avenida onde poderia achar um taxi.
Poia bem. Encontro um estudante que me entende, Chama um taxi. Explica o que ocorreu e ele me leva a um hotel maravilhoso. Perto do centro.
Estou bem alojado.
Amanhã vou ao castelo do Dracula.



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal, Cristão seja de que forma for. em Cluj Napoca

Hoje é dia 24 de dezembro. Estou algumas horas à frente dos brasileiros, mas é só uma quentão deposição do planeta em relação ao sol.Perto
Em um dia desses, numa cidade dessas, o que nos sobra é tempo para pensar e imaginar.
Começo pensando nos meus natais, e muitos foram inesquecíveis, vou contar no final da postarem.
Aqui, em Cluj Napoca, interior da Romênia, perto de zero graus, perto da Ásia, perto da Europa, perto da história, longe de tudo.
O melhor que podiam criar era a lenda de um conde cruel, para que todos tentassem se esquecer desse lugar. A Transylvania provoca arrepios e uma vontade de nem saber o que acontece.
Estou em um hotel no centro da cidade. Como me dizem os recepcionistas, estou entre a Catedral Católica Ortodoxa e a Católica Romana de São Miguel. é bom não ir muito longe.
A Igreja Católica Ortodoxa é fiel ao calendário juliano, criado por Júlio César (em 46 a. C.), que tem mais 14 dias do que o calendário gregoriano, adotado pelos católicos apostólicos romanos. Isto significa que o dia 25 de Dezembro do calendário pelo qual se guiam os ortodoxos corresponde ao dia 7 de Janeiro do calendário pelo qual se guiam apostólicos romanos.

Isso eu já sabia, mas entrei na Igreja Ortodoxa Romena. A igreja foi construída no estilo barroco nos anos 1775-1779 pela ordem católica romana dos Frades Menores Conventuais. O dinheiro necessário para o trabalho veio de uma doação da imperatriz Maria Theresa também grande princesa da Transilvânia.

Depois o Papa Pio XI decidiu em 1924 para mover a igreja possuía Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma.
Em 1948, após a proibição BRU (greco-católica), o edifício foi utilizado pelas autoridades comunistas Ortodoxa Romena da Igreja. Após a Revolução de 1989, a greco-católica da Diocese Cluj-Gherla pediu, em primeiro lugar, sem sucesso, para ser dado a posse da morada sagrada.
Em 13 de de Março de de 1998 crentes ortodoxos se opuseram à execução da sentença, bloqueando o acesso dos fiéis greco-católicos na igreja. No mesmo dia, após a intervenção da polícia oficial de justiça Diocese de Cluj-Gherla colocar em posse de sua antiga catedral.
Continuo sem entender nada. Sei que os ortodoxos tem a vertente grega, a etíope e a romena. Sei lá....
Sei que sai para caminhar e encontrei:
A Catedral Ortodoxa, Linda e caindo aos pedaços.

A igreja da Transifuração de Maria, onde estava iniciando um culto de comemoração. Demorou quad duas horas. Não sei a data do Natal deles, mas sei que estavam em uma celebração com 14 padres, um coral incrível que mudava de componentes,posições e maestros. Um rito de se encantar.

Quase tinha mais pessoas no altar do que na igreja, mas foi lindo.Perceber o movimento atrás de sete portais.

Depois foi só caminhar e uma contribuição para o imaginário da Transylvania.
As casas, em lugar de garagens, tinham entradas para condomínios 

 Pouco depois das 14 horas a névoa já tentava ocultar a visão e aumentar o nível de suspense
 As imagens tentavam te confundir e querer induzir a um caminho diferente e à promessa de um mudando mais azul.
 Mas não se enganem. Quando virem uma mulher com cabelos vermelhos. Não que dizer nada além de que economizou na tintura.
 Mais assustador é que nem as igrejas sabem mais dizer as horas
 As padarias colocam um rato na porta, para que você nem pense em comprar nada

 As farmácias estão sem a menor perspectiva de curar nada
 E você continua perdido no tempo
 Não há porta que possa abrir, porque as maçanetas quebraram
 Os bebes começam a invadir as ciclovias e o Hadad foi passear de onibus
 Quase perdemos de vista a cruz que poderia nos proteger
Tá na hora de escrever o blog e desejar um feliz Natal.

Veja só que descobri dos meus natais

2007 – Cidade do México
2008 – São Pedro – Goiás
2009 – Madrid - Espanha
2010 – Bangkok - Tailândia
2011 – Paris – França
2012 – Agra – Índia
2013 – Gonder – Etiópia
2014 -  Dubrovinik – Croácia
2015 – Cluj Napoca – Romênia

Alguma sugestão para 2016?