domingo, 16 de janeiro de 2011

Quase

Depois da longa noite (foi um noite de 21 horas) das quais 13:30 dentro de um avião, eu cheguei em Amsterdam. Caminhei por mais de 10 horas pela cidade. Nada como o silêncio de uma cidade que tem alma para compensar o susto de Singapura.
Amanhã levanto cedo e vou para o Brasil.
Segunda feira, final do dia estarei por essas terras.
Valeu muito a pena.
Obrigado a todos pela companhia, obrigado pelos e mails.
Tenho certeza que essa história fez um pouco de carinho no coração de cada um.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ET....ET quer telefonar casa...ET telefone home

Camboja é um lugar especial. Quando alguém quiser vir para a Ásia, precisa reservar um tempo maior para ficar aqui. É um pais muito pobre, com mais de 92% ainda vivendo em zonas rurais. Sufocado e ainda com medo por tudo que passaram.

A história não é linear, pois aqui já teve grandes impérios. As construções são monumentais. A partir de 1500 começaram a decair, a ser invadidos, escravizados, explorados e massacrados.

Seu povo é o mais simpático que se possa imaginar. Claro que existem horrores, corrupções e coisas do Gênero.

Vale a pena contar um pouco do que vi.

Desde que cheguei aqui em Siem Riep, fiquei assustado com as condições em que vivem os vietnamitas daqui. Claro que não são todos, são os que fugiram do Vietnã na época da guerra, por serem apoiadores dos EUA. Com a vitória do comunismo em toda a Indochina, eles perderam sua cidadania e perderam todos os direitos. Vivem em palafitas à margem do rio, dentro da cidade. Agora seus filhos nascidos aqui podem ser registrados como cambojanos e freqüentar escolas.

Ontem fui ao lago central do pais. Fui de Ônibus até um certo ponto e depois peguei um barco em um canal muito longo que é construido todos os anos com a seca. O lago está baixo, pois tem uma ligação com o rio Mecong.

Ao chegar no lago conheci uma vila flutuante. São quinhentas famílias, Desses vietnamitas que não podem ter terra, eles juntam bambus e constroem casas flutuantes.

Criam peixes no quintal, crocodilos e abanam a mão para nós.

Agora estou em outro planeta. Fui abduzido pela noite e me jogaram em um planeta estranho. Prédios enormes. Ruas limpas. 8000 habitantes por Km quadrado, 97% da população tem casa própria, quer dizer apartamento próprio. O trânsito flui bem, o metro é uma beleza. Tem calçadas muito limpas, jardins bem cuidados. Este país só tem uma cidade e não tem nenhuma zona rural. É o primeiro mundo em serviços. Não tem nenhuma nascente e nenhum rio, mas exporta agua tratada. O salário mínimo para quem tem segundo grau é de US$1500 por mês.

Nesse planeta, há importação de terra, pedras e areia pata jogar no mar e fazer crescer seu território.

Para quem está chegando do Camboja, Singapura é o maior choque que eu podia ter.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ANGKOR



Loucura, loucura, loucura.
No Seculo XII havia uma cidade de mais de um milhão de habitantes, com 1080 templos.
Enquanto a Europa tinha seus castelinhos, no Sec X, havia uma construção com 52 torres de mais de 40 metros.

Existem histórias que a história não conta.
Nunca mais vou me assustar com as coisas da Igreja católica. suas construções são muito moderninhas para meu gosto.

Existe uma cidade que foi abandonada depois da invasão da Tailândia (SEC XII) que teve quase seiscentos anos (um pouco mais do que o tempo do Brasil, para que as árvores crescessem e cobrissem os templos





Ontem fui ver um espetáculo. Suas danças são com as mãos e o pés .
As crianças, todas as crianças aprendem balé na infância e tem que fazer exercício para conseguir dobrar suas mãos e pés para fazer os sinais.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Siem Reap

Siem Reap é uma cidade de 90 mil habitantes. Atualmente tem 120 hotéis muito bons. As ruas parecem charmosas, embora permaneça a bagunça das lojas a cada porta, tudo com calçamento quebrado e bastante sujeira. Tem um grande charme, embora esteja vazia, pois os turistas devem estar visitando as ruínas.
As ruinas de Angkor Wat é um conjunto monumental de construções. Já marquei hora e vou tirar minhas credenciais às 15:30. Devo levar uns dois dias para ver uma pequena parte do conjunto.
Esse não é o primeiro patrimônio da humanidade que visito nessa viagem. Já tive a Baia de Halong, os templos de Vientiane, a cidade de Luang Prabang, a cidade Hoi An, a tumba de Tu Doc e a Cidade imperial de Hue. Parece que Angkor é a mais impressionante, vamos ver.
Enquanto espero minha hora de ser atendido, acho bom contar um pouco a história do Camboja.
Durante muito tempo, desde antes de Cristo, tudo isso era o reino de Sião, com espiritualidade animista. Um príncipe Indu conquistou essas terras e depois casou com a Rainha de Sião, por isso a presença do induismo na história e nos monumentos dos primeiros séculos. Com a presença do chineses, chegou o Budismo que domina 90% da população. A partir de 1960, os franceses e dividiram muito essas terras, surgindo a Tailândia, a Birmânia, o Vietnã, o Laos. Boa parte dessas terras já foram do Camboja.
Os franceses agüentaram aqui é 1956, depois da guerra a frança não tinha mais condições de manter suas colônias. Houve tentativa de retomada até 58, mas com o início dos anos 60 os americanos precisavam marcar presença para impedir o crescimento do comunismo.
A guerra começa no Vietnã (eles estavam no Sul) e os Russos apoiavam o Norte.
Com o crescimento do norte e as resistências dos Vietcongs, muitos deles fugiram para cá, com isso os ataques para cá foram muito fortes.
Após a saída dos Americanos, tomou posse aqui um governo Maoista (comunismo Chinês) que hoje é chamado de Governo Genocida (foram 40 anos de profundo massacre contra o povo).
O Vietnã atacou o Camboja e conseguiu acabar como Genocídio, mas o Camboja passou a ser colônia do Vietnã. Isso durou 10 anos.
Só em 92 reestabelece o Reino, nomeia primeiro ministro e retoma a independência.
O ditador antigo fugiu para as montanhas e morreu de velho. O principal responsável pelas torturas do campo S21 (matou mais de 3 milhões de compatriotas), ainda está vivo, foi preso e está aguardando julgamento.
Ao questionar sobre a revolta com esse indivíduo, eles dizem, "Ele é uma alma má, nós somos budistas, se fizermos alguma coisa contra ele, nós seremos pior do que ele"
ETA Nobreza....
O Salário de uma professora aqui é de US$ 100,00 por mês. Para se virar, acaba fazendo comércio de livros, papéis e colas para prova. Dizem que a corrupção aqui começa nas escolas.
É isso, acho que resumi um pouco da história do nosso tempo.

Phnom Penh

Foi muito difícil sair do Vietnã. Em apenas nove dias desenvolvi uma grande ternura por esse povo e lugar. Já tenho saudade de um lugar onde pouco provavelmente eu volte.

Comprei um CD de música em cada país. Existe um instrumento de uma corda só e aqueles negócinhos feitos de bambu que eles ficam batendo com muita suavidade. As crianças são lindas, não é atoa que os famosos americanos vem adotar crianças por aqui. Vivo fotografando as carinhas dessas crianças. Se quiserem adotar, adotem meninas, pois as mulheres ficam muito bonitas, enquanto os homens ficam muito feios.

Sei que ainda havia muito que eu não vi. Essa língua monossilábica e tonal, essa comida deliciosa, e variada. Essa superação das dificuldades ao mesmo tempo que a dureza da sobrevivência impõe uma superação cotidiana.

Agora no Camboja o quadro muda bastante. Aqui as feridas ainda estão abertas, a guerra não acabou depois da saída dos americanos em 75. Enfrentaram um governo déspota e

autoritário. Na tentativa de manter controle sobre o povo houve um massacre de mais da metade da população, principalmente as pessoas que tinham algum desenvolvimento intelectual.

Aqui já voltei a ver pedintes e uso da pobreza. Ao mesmo tempo fui visitar o palácio real onde existe um templo de prata, com estátuas de Budas em mais de 90 kg de ouro e milhares de pedras preciosas. É um assinte ver o chão do grande templo feito com lajotas de prata.

A cidade de Pnom Penh é vibrante, tem muitos comércios como todas as cidades daqui, as casas tem um comercio para a rua, mas se percebe os bares mais cheios, e muita gente na rua.

O museu Nacional é outra visita interessante, existem muitas esculturas de desde o Séc. V. Todas as divindades, do induismo.

Imagino que não vou encontrar nenhuma estátua em todos os templos que possam existir.

Camboja

Estou na Camboja.
depois eu conto

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cuchi


Cuchi é o lugar da minha redenção.
Uma cidade pequena perto de Saigon, menos de 30km, mas com um trânsito maluco.

As motos são a possibilidade de consumo e a solução. Os sonhos são de um dia conseguir comprar um carro.
Existem temas importantes aqui. É permitido o aborto, e por isso os médicos são proibidos de informar o sexo do bebe.
Tem pena de morte até para traficantes. Isso faz com que as cidades sejam seguras.
Há o problema dos mortos, eles são enterrados nos campos de arroz, isso está diminuindo os campos de cultivo. O governo está incentivando a incineração. Nisso o Budismo pode ajudar bastante.

Além das curiosidades, vamos falar de Cuchi.
Lá os filhos de camponeses se organizaram em guerrilha e foram chamados de Vietcongs, Basicamente foram eles quem venceram a guerra. Enquanto ficamos vendo a discussão entre Americanos e comunistas, esses bravos homens e mulheres, cavaram mais de 200 km de túneis.
Abrigos perfeitos, um verdadeiro formigueiro.
Usavam os estilhaços das bombas para fazer armamentos.
Eram extremamente criativos para enganar até os cachorros farejadores.
Espantoso ver o que esses caras foram capazes. Muitas vezes cruéis, mas guerra é guerra e eles estavam defendendo as suas raízes. Não foram se meter na terra de ninguém.


domingo, 9 de janeiro de 2011

Ho Chi Minh



Ho Chi Minh é o novo nome da velha Saigon. Uma cidade mais moderna como dizem. Tem 300 anos e hoje conta com 9 milhões de habitantes sendo que mais de 5 milhões de motos trafegam pelas ruas. Continuam os mesmo problemas, casas com frentes pequenas, onde constroem outros pisos para os filhos. Todas as casas tem um comercio em baixo, O centro tem prédios mais modernos.
Estou na conchinchina...
Tive uma das mais duras aulas de história de toda a minha vida. Criei coragem e fui visitar o museu da guerra. São três andares com as fotos doadas pelos jornalistas da época. É um museu ainda sem recursos da modernidade, as fotos estão velhas e dispostas de maneira até simplória.

Muitas dessas fotos eu vi nos jornais e nas capas de revistas. Todas juntas, Vi uma das salas onde tem as fotos dos políticos e os acordos da época. Em outra as fotos da guerra mesmo. Em outro andar as fotos das chacinas, uma exposição das armas (que evoluíram muito em 9 anos).mas quando se chega na sala com as fotos das deformidades causadas pela guerra, a emoção vai subindo e o onde
antes era silêncio, se escuta chupadas de nariz, mãos nas bocas olhos que não se encontram. Eu não consegui ver mais, fui para a lojinha do museu e comprei o livro do museu. Um dia eu tentarei ver mais.
Ao sair há uma quantidade grande de jovens portadores de deficiências vendendo seus artesanatos.
Numa construção ao lado reproduz os cárceres e exibem equipamentos de tortura.
Em frente os aviões, tanques e helicópteros.
É um passeio de domingo para eles. Muitas famílias e lógico que turista estupefatos como eu.

Entrei em um templo taoista, conheci um pouco de seus hábitos. Só assim mesmo para esvaziar um pouco o que vi pela manhã. Este templo fica no bairro chinês e descobri que depois que os americanos saíram daqui em 73 eles continuaram em guerra entre norte e sul e a reunificação só foi assinada em 75. O pior foi que depois disso os chineses tentaram invadir e até 79 houve até perseguição entre os bairros.

Depois do almoço fui ao palácio do presidente e descobri mais ainda. a guerra aqui era entre o exercito local e os Vietcongs (guerrilheiros da própria região que tinham ideais revolucionários).

De fato o contato com essa realidade faz com que a gente entenda cada vez menos o que já era difícil de entender. Uma guerra ideológica sim. Mas mais estúpida do que possa imaginar.
Ainda há rivalidade entre o sul e o norte, tentam buscar paz, mas se percebe que Saigon ainda se julga melhor do que Hanói. Ainda se ressentem de terem perdido a força do capitalismo e das propriedades privadas. O caminho é de reconstrução, mas é muita gente em pouca terra. Os direitos são pequenos

Mas o maior nó na garganta ainda é o meu. Eu não sei se precisava ver essas coisas, mas o mundo precisava ter aprendido com isso tudo. Essas guerras continuam pelo mundo, as pessoas ainda tem marcas que vão além das questões ideológicas.

É... só saindo nosso mundinho, a gente respeita um pouco mais esse mundão.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Hue - Cidade imperial

Hoje foi um dia de nobreza. Sai cedo e atravessei as montanhas chamadas de oceano de nuvens. De fato se sobe a 1.700 metros e depois se desce de novo. para chegar em Hue.
Os reis daqui tiveram poderes até final da segunda guerra. Tinham que negociar muito com
franceses e os mandarins chineses.
Devia ser um stress só, depois precisavam relaxar com suas amantes e palácios.
Passei pelo Palácio de Tu Duc. uma grande propriedade com espaços para caçadas . rios, t
eatros e muitas coisas. Os duzentos homens que construíram aquilo lá, foram sacrificados para que ninguém soubesse onde o rei seria enterrado, evitando assim que saqueassem seu túmulo.
Depois passei pela cidade proibida. Sede dos governos. É tudo muito bonito, ao mesmo tempo que é maltratado. Não existe nenhum trabalho de conservação do patrimônio, embora seja tomba
do pela Unesco, pois os governos socialistas não tem interesse em preservar a memória do Rei.
Por fim desci o rio perfume e estou me preparando para viajar pela madrugada.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Enfim eu cheguei ao Vietnã


Agora sim, chove o dia todo, os campos de arroz ocupam cada pedacinho de chão, as pessoas usam o chapéu... isso que eu via nos filmes.
Mas nem tudo são flores, isso aqui é pirante. Cheguei ontem à noite em Danag em um Airbus 300 enorme e lotado. No caminho para cá (estou em Hoi an) vejo que os terrenos são um pouco maiores, as avenidas bem mais largas e uma seqüência de hotéis enormes de frente para o mar.
Danag era o porto que os americanos usavam para chegar aqui. No trajeto para cá p
assamos pela praia da China, era onde eles descansavam. Hoje existem projetos de 29 hotéis 5 estrelas, e o guia fala com orgulho que: "Antes eles traziam armas e agora trazem dólares... eles estão investindo muito aqui, já foram 34 milhões de dólares, por causa dos efeitos do agente orange...." É claro que é preciso compensar, mas virar herói é um pouco demais para minha cabeça.
Essa região foi ponto estratégico, é o famoso paralelo 17 e divide o sul do norte. Quando os exércitos do norte foram descendo, aqui se jogou muito agente orange, para desfolhar as matas, para prender as pessoas que estavam nas matas. Ainda nascem pessoas c
om defeitos, sem olhos e deformações, parece que as conseqüências ainda vão muito longe.
Fui conhecer o sítio arqueológico de My Son, eram mais de cinqüenta templos construído no século VII. A civilização Champa tinha templos de influência Induista, com imagens de shiva e tudo mais. Quando os chineses vieram para a região, eles só quebraram as cabeças
das imagens, para que elas não "funcionassem" mais.
Mas na guerra, muitos templos foram destruídos, porque acreditavam que as pessoas se escondiam dentro deles.
Existem buracos de bombas ao lado das ruínas.

Arqueólogos tentam entender como eles faziam e colavam os tijolos, pois não tem explicação para essas construções serem tão bem feitas.

Depois um grande presente. Cheguei a Hoi Am. Uma cidade do século XIII. Onde os chineses moravam até serem expulsos após a guerra, quando o comunismo acabou com seus privilégios de comerciantes. É uma cidadezinha de 10 mil habitantes, muito charmosa, com restaurantes e lojas que não acabam mais. Um mercado que supera tudo que se possa imaginar. Pena que chovia sem parar.



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Halong

Já estou em comunicação outra vez. Sentado em um aeroporto em Hanoi.
Vejam uma mulher remando com sua filha grudada em suas costas como um macaco, isso no meio do mar. A Halong Bay foi um espetáculo à parte. Para quem assistiu Indochina pode se lembrar daquele mar com 3.000 ilhas Um silêncio e uma profundidade que a cada minuto tudo muda.
É sempre a mesma coisa mas com um encanto surpreendente.
Muito firo e névoa, mas nada apaga a beleza do lugar.
O restante do Vietnã do norte, continua com a mesma impressão, é muito feia, a poeira e as casas finas e altas dão uma impressão de desordem. Existem muitas placas, todas as casas tem um comércio bagunçado na frente, mas tudo isso tem uma explicação: O metro quadrado aqui é muito caro, o imposto é pago pela medida frente da casa. Quando os filhos se casam, controem outros andares na casa, para não pagar mais impostos.
A poeira continua intensa mesmo com tanta área irrigada, nem um metro de terra ociosa. Todas as terras pertencem ao estado e as pessoas arrendam para plantar. é tudo plantado, mas sem nenhum equipamento. Pessoas solitárias no meio das plantações, às vezes patos, às vezes búfalos.
As estradas são como se fossem avenidas, uma loucura a quantidade de bicicletas, motos e pedestres. Com o salário muito baixo (por volta de 360 dólares) e carros muito caros (o mais barato custa 65 mil dólares) ninguém nem sonha com carro.
A região norte do Vietnã era apoiada pela China e pela Rússia. O povo lutava porque não tinha outra opção. Eles não falam da guerra e apagaram todas as marcas. O que importa é que agora estão em paz há 35 anos. Isso nunca havia acontecido.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Hanoi


Hoje estou mais para Rita Lee: "Você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura..."
Isso aqui tem 6 milhões de pessoas e acredito que 70 por cento delas usa moto. Cada um em uma direção, carros, motos, bicicletas e pedestres em ruas loucas e sem sinalização. Ninguém respeita nada e ninguém se irrita co
m nada. Pode fechar o olho e atravessar as ruas que , com certeza vão desviar de você.
Hanói é uma cidade feia. Não tem estilo, tem muita poeira e uma névoa de poluição muito densa.
Iniciei o dia cumprindo o ritual daqui. Todas as agências levam seus turistas para ver o corpo de Ho Chi Minh. (Como todo líder comunista, foi embalsamado, continua em exposição e uma fila interminável de pessoas passam em silêncio pelo seu mausoléu. As ruas todas com bandeiras vermelhas, a guarda em forma e com cara de poucos amigos. O pior era o frio, 13 graus com um vento de cortar a alma.
Fui ao templo da literatura, um antigo e bonito templo onde funcionou a primeira universidade daqui, ainda no tempo do império. Muito tributo a Confúcio.
O mais impressionante mesmo foi andar naquelas bicicletas, onde agente vai na frente e o piloto vai pedalando atrás. Nesse caos todo, é uma experiência incrível.
Fui ao teatro ver marionetes na água, é muito interessante, mas fiquei com pena dos atores de entrar na água com esse frio todo.
A língua então é outra loucura. Todas as palavras são de uma sílaba e todas tem acento. A mesma palavra pode significar três coisas diferentes, dependendo do assento.
De maneira geral isso tudo ainda traz a pergunta de como conseguiram apagar todas as marcas da guerra em trinta e poucos anos.
Amanhã vou pegar estrada. Devo dormir embarcado, portanto não vou postar mensagem amanhã.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vietnã - Hanói

São seis horas da manhã, e há tempos já estou acordado. O tal do fuso horário é muito complicado. Mas tirando a bagunça do sono, o resto está muito bem.
Atualizando os dados, pois já faz dois dias que não escrevo.

Luang Prabang é de fato um lugar encantador, daquelas cidades que se precisa mais tempo para caminhar pelas ruas, freqüentar os restaurantes maravilhosos, ver os templos e uma infinidade de monges que caminham pela cidade. Assim como no Brasil, as famílias mandam seus filhos para os mosteiros, para que possam estudar. Em sua maioria são crianças que estão aprendendo a paciência.

Fui passear no Rio Mekong, está muito baixo, quase oito metros abaixo do seu nível. Apesar das pedras aparecendo, o fluxo de barcas no rio é muito grande. Foi uma emoção muito grande. as barquinhas cumpridas parecem ideais para vencer aquele rio que tem uma correnteza muito forte.

Paramos em uma aldeia, onde todas as casas tem um tear, com lindos trabalhos em seda. Aliás as sedas são um coisa de louco. Existem muitos artesanatos, na maioria estátuas e trabalhos grandes que ficam muito difícil de transportar.
O pior é ver coisas tão baratas, que são vendidas muito caro no Brasil. Esses atravessadores continuam levando vantagem em cima da ingenuidade dos povos.

Como sempre, frequentar as feiras livres das cidades são uma surpresa.
Ver a realidade dos costumes asiáticos e ver, como diria Caetano, Narciso acha feio o que não é espelho. Nossas feiras devem ser estranhas para eles também. Mas ver passarinho assado foi um pouco demais para mim.
Consegui conversar um pouco mais sobre a história daqui. Mais uma vez os colonizadores foram cruéis. Seja no tempo dos franceses, seja os americanos. Em Laos, hoje os salários
estão entre 180 e 600 dólares. Mesmo as escolas e hospitais públicos precisam de pagamento do usuário. Isso é um país comunista que eu não consigo entender. Mas eles sorriem e estão felizes de conseguir ser donos do seu destino, mesmo tento que votar em um partido único.
Tenho certeza que Laos, principalmente Luang Prabang vai entrar na moda e nos roteir
os turísticos. O artesanato é lindo, as mulheres são lindas, as crianças são lindas... acho que estou muito Caetano hoje.
Ontem vim para Hanói. Por incrível que pareça, peguei um frio de 13 graus. É incrível ver uma cidade que estava destruída há 35 anos, estar com tanta vida e com tanta moto. É uma loucura o trânsito dessa cidade. Vamos ver hoje como fica durante o dia.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Luang Prabang



Além de todas as belezas, estou sendo premiado pelo tempo. Além de não chover, a temperatura está agradável, a comida deliciosa e massagens surpreendentes. Fui a uma feirinha, subi no arco do triunfo e voltei ao aeroporto de Vientiane. O embarque é igual à maioria das pequenas rodoviárias do Brasil. O painel de vôo é feito à mão, a lanchonete é um balcão. Fiz um vôo rápido para Lung Prabang. A vista maravilhosa. As montanhas muito altas, e começamos a visualizar o rio Mekong. Só agora lembro que a gente estudava queo Mekong é um dos maiores rios do mundo, localizado no sudeste asiático. Com um comprimento de aproximadamente 1535 km, é o 13.° mais longo e 10.° mais volumoso rio do mundo. Nasce no Tibete e depois percorre a China, Mianmar, a Tailândia, o Laos, o Cambodja e o Vietnã. Era um dos meus objetivos nessa viagem, conhecer o Rio do Apocalipse Now.

Luan Prabang é Patrimônio Cultural da Humanidade. Uma cidade simples e antiga. Tem 60 mil habitantes, mas só 20 moram na cidade. Essa cidade já foi a capital do reinado, mas ficou esquecida por séculos. No fim da década passada foi descoberta, após o tombamento pela Unesco. Estão desenvolvendo para receber o turismo, mas com o charme da simplicidade. É uma típica cidade onde precisava de uma semana para percorrer as ruas a pé, com calma, nos pequenos restaurantes e nas lojinhas de artesanato.