quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Caminho para Macedonia

Agora 20:30 da noite, termômetros beirando os -13, muito gelo liso nas calçadas e nada aberto.
Pela manhã, ainda em Belgrado, o ritual todo de arrumar malas, pagar contas, limpar um pouco as fotos.... Chegar cedo no aeroporto e fazer embarque, polícia, visto e espera. Não sei como entendi a chamada em Servio e fui antes para a sala de embarque. Passaram todos pelo Raio X e nos colocaram em uma salina. Conferiram toda a documentação de todo mundo. Nos colocaram mo ônibus e lá ficamos mais de uma hora. 
Trocaram o avião e nos colocaram em um Folker A72. Aqueles que a Rio Sul usava para ir para o Norte. as bagagens não cabiam, os caras são muito maiores que eu e eu achei mais apertado que nos aviões da TAM. A mulher do meu lado com uma mala enorme que não permitia que minha perna entrasse. Ninguém ajuda ninguém. Te dão uma sacola de lanche com agua e adeus.
Voamos mais de uma hora sobre um branco absoluto. Aqui já tem mais montanhas.
Percebi que eles tinham acabado de limpar a pista. A vista ficava mais de um perto para vaio das paredes de neve em volta. Cinco Finghers vazios, nenhum outro avião no aeroporto,  mas resolveram parar pátio, mandar ônibus, etc
Cheguei em Skopje e mais uma vez o policial queria entender porque eu vim fazer turismo na Macedonia... As malas demoraram mais que no aeroporto de Cumbica.
O motorista, falava mais que programa político, dizia que tudo era fácil, em qualquer lugar trocariam dinheiro para mim....
Cheguei no hotel, pequeno e longe de tudo, mas legalzinho. Três andares com bagagem e sem elevador.... o hotel não faz câmbio, portanto não tenho dinheiro para tomar taxi. 
Divertido é que fui ver o meu cartão de viagem e vi que precisava depositar mais euros. O site não funcionava e pedia senhas estranhas. Liguei para o número que estava no site e caiu a ligação na Visa. Disseram que não sabiam o telefone da operadora e não podiam ajudar. 
Enfrento longa caminhada em uma calçada que escorregava mais que pista de patinação. Chego no shopping e consigo fazer cambio (primeira vitória do dia). Agora achar onde comer pois a fome estava bravíssima.
Consigo orientação pra saber onde tem restaurantes. Passa no meio de obras, corredores escuros e chego na rua das baladas...tudo fechado e, depois de assistir três pessoas caindo resolvi voltar para o shopping e comer algum fast food.
Terminando o ano desse jeito, tenho certeza que o ano que vem vai ser melhor.
Quase todos já fechando, consigo comer um quebab, sem cerveja (restaurante muçulmano) caminhar como um louco por essas escorregadias ruas escuras e estou no quarto. Vou baixar um filme e levantar as cobertas.
Obrigado pela companhia desse ano, É muito bom contar com a companhia de vocês.
Feliz ANO NOVO

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Novi Sad, Sremski Karlovci e Belgrado - Sérvia

Ontem curti muito o teatro, a ópera "Barbeiro de Sevilha"com muito humor





Uma manhã com -15. A estrada para sair de Belgrado é um único branco onde se imagina cultura de milho, girassol e coisas parecidas, além de parreiras é lógico.

É um pouco difícil, pois a guia mais quer saber coisas de mim e do que eu fiz, perguntas sobre o Brasil e o que estou achando da Sérvia. Um negócio meio estranho pois tudo que é servio é ótimo e normal, o resto não é importante.




Novi Sad é uma cidade interessante, pois ali se vê a influência Austrohúngara. Uma cidade cheia de espaços e igrejas, mas o povo 'Não gosta das igrejas, gosta da moral e por isso não gosta dessas "modernidades".
A guia servia para ser guia de elevador da Mesbla, fala tudo de forma automática e sem um mínimo de envolvimento. A pressa é de quem tem um combate.




Paramos em Sremski Korlovici e pude curtir um pouco mais de uma cidade tombada e muito bem conservada pelo patrimônio público.
Acho que é bom poupar vocês de tanto preconceito que ouvi. Fiquei o tempo todo pensando que isso deve ser da pessoa e não do povo. Entretanto ela falava de sua cultura e quanto seu povo sabia o que era bom.
Fiz um esforço para fechar os olhos e parar de ouvir as coisas, ah!!!! que saudade de quando eu entendia bem menos outras línguas....
Chegando em Belgrado pedi para fiar no forte Otomano, claro que os passeios e as pessoas aqui só daqui só falam da Iugoslávia e de quanto é bom a Servia.









Ninguém responde ou fala sobre os conflitos dos anos 90. Dizem que os líderes que sucederam o Tito eram muito melhor que ele, mas o mundo não soube compreender.
Enfim o forte é muito legal, penas que com tanto frio e tendo perdido a luva, ficava muito difícil ficar lá. Quando voltava ví duas exposições de fotos. Uma Loucura...Uma da segunda guerra com muitas fotos impressionantes, outra da primeira, mais com documentos e mapas.
Durma com um barulho desse. ....




Vale ressaltar algumas curiosidades de todos esses países:
Todos citam e adoram Paulo Coelho.
Todos falam do futebol.
Amam o Giba do Volei
Adoram o Michel Teló.
 Ainda tocam lambada.
 Os caras tentam fazer retinho o que a natureza faz torto.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Belgrado - Servia

Belgrado é a maior cidade da Sérvia e e era a capital da Iugoslávia antes da separação. Localizada entre os rios Danúbio e Sava.
Com uma população de 1.710.000 Belgrado é a maior cidade no território balcânico. O tal de Tito, merece atenção: Josip Broz Tito (marechal) ficou no poder de  1.953 até 1.980foi um revolucionário comunista líder dos guerrilheiros da resistência iugoslava durante a segunda guerra contra as forças nazi-facistas  Tito foi criticado e elogiado por ambos os lados do globo. Símbolo de união entre os povos da por ter mantido a paz entre as diferentes etnias.Tito também é considerado um ditador cruel que sufocou os anseios de independência e liberdade dos diferentes povos de seu país, luta essa que só começou depois de sua morte. Pelo resto do mundo, Tito é respeitado e admirado pela sua luta contra os nazistas, e principalmente por ter sido um líder com a força, coragem e capacidade de manter seu país livre de influências estrangeiras durante a guerra fria, ai é que eu fico louco.
Essa cidade é uma ostentação quase imperial da Europa e é uma fortaleza comunista, algo inexplicável.
É bonita e imponente, mas sisuda, moderna e conservadora. Sei lá... É possível entender que os outro povos se sentiam explorados por Belgrado, é possível entender a separação. Parece que Belgrado está em outra parte da Europa.
Uma das cidades mais antigas e documentada por 7.000 anos. Belgrado foi o berço da cultura pré-histórica mais importante Europa, foi alcançada pelos gregos fundada celtas, conhecida como Cidade Branca, depois colonizada pelos romanos e definitivamente ocupada por Sérvios a partir dos anos 600.
Tem um forte da civilização otomana e forte influencias em sua alimentação.
Sai cedo, -13 graus e muita neve pelas ruas. Os comerciantes limpavam suas calçadas, mas tinham que quebrar o gelo, pois além da neve choveu bastante essa noite.
Cheguei ao ponto do city tour, um hotel bem longe daqui, mas cheguei cedo com medo de errar caminho.O Hotel estava fechado para reformas. Fiquei dando umas voltas por perto e, no horário marcado apareceu o carro. Era um passeio de uma hora e meia, mas a guia não cansou de falar que para conhecer Belgrado precisava de uma semana, que três dias era muito pouco.
Quando um passeio começa a falar muito de onde estão as embaixadas e onde moram os Consuls, eu sempre fico desconfiado com a falta de coisas interessantes para mostrar. Mostrou parques, levou para ver o estádio de futebol.... ai meu Deus!... Mostrou a sede dos governos, levou para ver a super catedral que está sendo contruida desde 1935 e ainda vai levar muito tempo para ficar pronta. É uma das 10 maiores igrejas do mundo (não contem para o Edir)
Por fim, me deixou em uma rua muito gostosa, cheia de restaurantes e boêmia, me indicou um outro lugar para ir à noite para ouvir Jazz e jantar.
Mas o melhor mesmo foi que passei no Teatro Municipal e consegui ingresso para ver o Barbeiro de Sevilha hoje e para ver o Bale com músicas de Tchaikovsky amanhã. Isso é que é sorte. Plena segunda feira, os museus estão fechados mas o Teatro funciona com preços muito baratos 30 Euros.



domingo, 28 de dezembro de 2014

Dia de neve e deslocamento.

O final do dia ontem foi divertido e frustrante. Além de fazer saque errado (saquei muito dinheiro para o que precisava, agora vou ter que dar um jeito de vender) Resolvi sair para jantar. Pesquisei um lugar de comida bósnia, com música e agito. Sai de casa com -10, peguei um taxi e fui para o centro da cidade. Escolho um prato chamado Sarajevo, por recomendação do garçom como sendo o mais típico. Era um espezinho de carne abobrinha e frango com arroz e batata frita. A trilha sonora da casa continha muito carimbó. Quando os músicos começam a tocar, eles tocam cardas e catimbó. O ambiente era interessante, mas as pessoas fumavam tanto que resolvi voltar para casa e achar cobertor quentinho.
Hoje o dia amanheceu com chuva forte elogio depois começou a nevar. Neva muito forte há mais de 3 horas, sem possibilidade de diminuir. O domingo foi feito para descansar, então é isso que estou fazendo, olhando pela janela e pensando em como fazer para transformar minhas marakas (dinheiro bósnio) em euros. As casas de câmbio estão fechadas. Tenho voo às 15 horas, a previasão é que a neve diminua um pouco. Tomara que o aeroporto esteja funcionando.
As notícias do dia não são boas, o avião da Air Asia está ocupando todos os noticiários, as enchentes na Malasia também. Acho que Deus gosta mesmo de mim, meus primeiros planos de férias eram para eu estar na região nesses tempos. Acho que é melhor enfrentar neve do que enchente e quedas de avião.
Impossível andar....paciencia.
Agora 14 horas daqui, a neve continua caindo. Estou no aeroporto, pelo que parece o voo vai sair embora não dê para ver a pista.
O povo daqui é muito mal educado. tirando o guia de ontem e uma recepcionista do hotel, o restante age como se você não fosse bem vindo. Aqui no aeroporto, fui tentar comer algo. Esperei pacientemente na mesa e depois de muito tempo o garçom perguntou o que eu queria, quando disse que queria algo para comer e ele me dotou o menu. Depois de escolher, ele falou que não tinha e só tinha três coisas. Eu escolhi uma das coisas e ele olhou para a minha cara e falou: _"se você tem tempo, porque não vai em um restaurante". Eu disse que pensei que estivesse em um, ele falou _"vai fora do aeroporto". kkkkkkkkk
Consegui trocar o dinheiro e reaver euros. 
Vou chegar em Belgrado, achar hotel não sei que horas, pois também está nevando lá. Fiquem tranquilos

sábado, 27 de dezembro de 2014

Sarajevo - Bósnia

Amanheceu um dia lindo. Muita vontade de voltar a Montenegro. O mar mais azul ainda, as pedras mais brancas e uma estrada pela frente.
O motorista perguntou se eu me importava em subir por uma estrada pequena, pela montanha, na verdade a rota que os exércitos usavam durante a guerra. Adivinha, ofereceu carne aos leões. Uma estrada de uma pista única, ninguém a vista. Subimos montanhas, só pedra e galhos secos. o frio aumentando  e chegamos a vales, vilas e só encontramos a estrada depois de Mostar. Estrada gostosa, margeando um rio de águas em verdes, subimos muito até chegar na altura da neve. Uma neve linda, nova.
Chegada em Sarajevo, uma cidade grande, mais de 4 milhões de habitantes. Bondes velhos, casas velhas e prédios moderníssimos. Construções com gravites, sujeira nas ruas, muita gente, muitos carros, etc. Estava atrasado para o City tour e fui tomar um lanche aqui mesmo no hotel. Quando pedi uma Beer a garçonete, toda maquiada e moderninha, tão bonitinha,  fechou a cara e com o senho franzido me recriminou _"aqui não se vende bebidas alcólicas".
Caiu a ficha, esse mundo muçulmano e eu tentando beber cerveja....tolinho.
Em frente ao hotel um prédio velho e machucado por muitos tiros está ao lado de uma construção dessas de vidros. Achei que o conflito ia ser grandes, mas até que não foi tão difícil ver essa marca de uma cidade que teve quatro guerras nos últimos cem anos.
Saimos para passear, só se percebe a influência turca, embora tenha uma parte divertida. em uma das ruas de maior movimento de pedestres tem uma marca dividindo e indicando a direção Leste e oeste. é visível que muda completamente o lado leste tem influência em construção e comercio da Europa, já o outro lado é completamente otomano.
A pé se vai bem próximo a uma sinagoga, uma mesquita, uma igreja católica e uma ortodoxa. Pelo menos para construir estão bem próximos, mas o povo é 75% muçulmano.
Pude conhecer uma casa turca e ver como funcionava, fomos ver o city hall completamente restaurado.
Vimos hospedarias, bazar, tomamos café bósnio (fazem questão de dizer que é diferente do café turco). O frio absurdo -10 e as ruas escorregando pois a água congelada faz o passeio ser cuidadoso.
Terminei o dia no lugar onde houve o assassinato de Franz Ferdnand (herdeiro do trono húngaro) esse fato detonou a primeira guerra mundial. Pois é este ano estamos completando 100 anos da primeira guerra. Ela começou aqui, ali na esquina.



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Montenegro - Budva e Kotor

Quando a gente acorda cedo, faz tudo e chega no ponto de encontro uma hora antes do previsto, é fácil de ser interpretado até pelo cachorro do vizinho do Freud.
De fato, eu tinha muita curiosidade para conhecer Montenegro. Não era em vão, pois o país é lindo. As montanhas são grandes e escuras, será que é por isso que se chama Montenegro...é sim.
A estrada é linda, como sempre, o mar é mais verde e....chovia sem pena. Foi o dia inteiro de muita chuva. Tudo isso para que eu precise voltar...

Depois de muita estrada chegamos em Kotor. Uma cidadezinha medieval maravilhosa, mas depois de virar dois guardas chuvas pelo avesso, andar por um rio interno formado pelas águas concentradas dos telhados e montanhas, achei melhor entrar em cada igreja, subir com cuidado as escadas de pedras escorregadias. Mas a solução foi entrar em um Pub e tomar outro café da manhã.




Mais à frente chegamos em Budva, outra cidade muralhada do sec XV. Acho que já estou especializado nessa história medieval. Tudo muito lindo mas com muitas lojinhas, muita chuva e o melhor foi sair pelo parque à beira mar e parar em um restaurante para comer frutos do mar...

Valeu a pena, tudo muito lindo, mas a chuva atrapalhou bastante, não é fácil tomar chuva com 3graus e muito vento.




No caminho de volta, a chuva parou o céu abriu e os picos das montanhas começaram a ficar brancos de neve. Acho que chegou o inverno por aqui. Amanhã a previsão de -13 e neve. Vou ter que enfrentar uma longa estrada para Sarajevo. Vamos ver o outro lado da história. 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mostar, Medjugorge e Pocitelj - Bósnia

Tem dias que não sei não.
A gente faz um não sei quê,
A gente se perde para tentar se entender...
A gente não entende nada e deixa os poros mais abertos para o mundo entrar.
A respiração fica difícil e não é falta de ar, escorrem umas aguinhas pela cara, acho que é por isso que a gente precisa aspirar mais forte.

Saímos de Dubrovnik bem cedo e, depois de passar por 4 fronteiras, percebe-se que a infra estrutura e as condições da Bósnia são bem diferentes das da Croácia.
Chego em Medjugorge. A guia me conta que é uma cidade nova, que tem tido aparições de Nossa Senhora. O frio estava maior do que havia imaginado, caminhei, entrei na igreja, rezei, andei por um pátio enorme e chie de bancos, até que cheguei na capela de adoração. Foi impossível entrar, pois estava absolutamente lotada. É sempre emocionante ver a fé das pessoas.
Chegamos em Mostar, uma cidade do sec XIV. com muita influência árabe, nas calçadas e na quantidade de vendas. Os Otomanos estiveram aqui por 400 anos, além todos os outros. Chego em uma ponte muito interessante, com fortalezas perto, construções de pedra, uma ponte muito alta em arco.
Do outro lado da ponte entro em uma lojinha (não sei porque, pois estou com espírito de compra nada) o rapaz me oferece para ver um filme sobre a ponte. Relutei um pouco mas resolvi entrar na sala. Era um documentário com cenas do começo do cinema, as cenas vão ficando mais moreninhas, até que aparecem as cenas reais da guerra da Bosnia. acampamentos, trincheiras, e um cinegrafista que ficou escondido em uma caverna na margem do rio filmou muita coisa. Até que em um momento aparece uma bomba atingindo a ponte, outra e mais outras. O impacto de cada explosão era como um murro no peito, comecei a chorar e ficar horrorizado com as cenas, até que a ponte cai. Nas cenas seguintes aparecem guindastes tirando as pedras de dentro do rio e a inauguração da reconstrução com presença de Principe Charles e outras autoridade mundiais.



A partir desse filme os olhos começam a ver uma Mostar muito diferente. Os sinais de balas nas paredes, as janelas de ferro, as casas abandonadas, os buracos nas igrejas, A gente não consegue entender, nem imaginar o que se passa com as pessoas que estão em suas casas, muito menos nos corações que comandam os dedos que apertam os gatilhos.


Aqui se encontravam cristão católicos e ortodoxos, muçulmanos, croatas, hezergovinos e bosnios. Comunistas e liberalizas. Dizem que não sabiam nem em quem confiar nem dentro de sua família.
Destruir a ponte foi ato dos Croatas para separar definitivamente, mas eu já gostava dos croatas e agora vejo que aqui sobrou muito mais miséria...






Com todo esse horror, continuo andando pela cidade até que um minarete começa a chamar para as orações, então os sinos de uma igreja tocam alto, depois outro minarete, outra igreja e a cidade grita competitivamente pelos seus fiéis. Juro que queria ter uma bomba para jogar em cada torre.
Depois de muito caminhar eu pedi ajuda pelo watsapp, recebi o apoio de alguns bons amigos.
Depois de encontrar novamente a guia, entramos no carro e eu falei de como tinha sido difícil entender. Ela me falou o seguinte: _ "não sei como te ajudar, durante esse ataque eu tinha 11 anos, e tinha muito medo, ninguém conseguiu me explicar, quem sabe a próxima geração possa viver mais respeitosamente, a gente não consegue entender, mas temos ficar bem porque estamos em paz"

Depois de um longo silêncio chegamos em um povoado chamado Pocitelj. Construida em mil quinhentos e pouco, está super conservada e parece ter vida no verão, mas agora está completamente sem ninguém. andei sozinho.


Só sei que vivi muitas emoções e dúvidas, valeu muito mas não entendi nada.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Dubrovnik

Receitas para um Natal exemplar:
Desperte sem pressa e tome um café da manhã. Pegue um carro e percorra 230 km em uma estrada que margeia o mediterrâneo, passando por vidinhas com casas lindas, subindo montanhas e vendo um mar transparente, precipícios e praias sem areia mas com muitas pedrinhas bem branquinhas.
Deixe o sol nascer devagar, não o apresse, ele sabe o que faz nesse inverno europeu que amanhece com seis graus e chega a fazer 12 no meio do dia.
Olhe tudo em silêncio, imagine os romanos desbravando esse mar, eles não tinham GPS, nem bússolas, mas queriam esse lugar, os turcos também, os venezianos e muitos mais. Mais que um posicionamento estratégico, é um lugar mágico. Montanhas altas e com rochas brancas. O mar calmo como um lago e as ilhas protegendo o continente. Saia da Croácia e entre na Bósnia, logo depois saia da Bósnia e entre na Croácia. Esse lugar já foi independente mas foi unificado pelo Napoleão.

Chegue em uma cidade mais mágica ainda. Um centro histórico muralhado construído no Sec XIV, uma cidade moderna e bem cuidada. Um porto enorme que deve ficar insuportável no verão pelo tamanho do cais para os cruzeiros atracarem.

Depois de se instalar em um bom hotel, lembrar que tem arnica em glóbulos em sua farmacinha homeopática e comece a melhorar da dor. Depois de ser mal atendido pelo porteiro do Hilton que estava em crise pelo passeio sair de lá sem ter hospedes deles, tenho a felicidade de encontrar o guia no meio da rua. O cara me para na rua e pergunta se sou Marcelo Galvão. Fomos passear e conhecer a cidade nova, depois entramos no centro histórico. 

Surpreendente, todas as pessoas estavam em roupas de gala. Eles se vestem de ternos, peles, casacas e caminham pelas ruas do centro histórico. Muita festa e música, só eu e os chineses vestidos de turistas. O guia me deixa só e se despede.

A cidade fai esvaziando, as pessoas estão indo para festas e poucas pessoas viram a cidade histórica tão vazia como eu vi hoje. Um presente.

Quando caminhava (longa distância montanha acima, encontro o guia que esperava que eu passasse para saber se estava bem, se tinha alguma pergunta ou se precisava de ajuda. 

Para fechar o dia, um bom banho quente, e preparativos para a ceia de Natal. Claro que tentar falar com a família.

Feliz Natal a todos. 


Carinho e saudades.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Trogir e Split - Mar Adriático - Croácia

Hoje pela manhã resolvi ir conhecer Trogir antes de andar pela cidade. Foi uma grande surpresa, ou melhor uma viagem no tempo, Trogir foi fundada por gregos 300 anos antes de Cristo e tornou-se um grande porto para os romanos (aliás se vê muitos sinais de construções romanas ao longo da estrada. 
A igreja de Trogir foi estabelecida no século XI. Por volta de 1111 construíram a catedral. Uma loucura ver os detalhes das esculturas e dos trabalhos. Os anjos estão sempre passando por portas e um deles está com preguiça de ver a coroação de Maria. No altar onde tem o Cristo, existe mármore preto e muitas caveiras adornando. Uma piração.



Pertenceu por muito tempo aos Venezianos mas quando passou para o império de Habsburgo, para os franceses e após a 1 grande guerra pertenceu ao reino dos Servios. Na segunda guerra foi ocupada pela Itália e depois virou Ioguslávia.
Ou seja só é Croata desde 1991.
Trogir possui 2.300 anos de tradição urbana contínua. A gente anda no tempo e fica impressionado de ver como as pedras ainda estão claras, sem musgo ou sinais de envelhecimento.  A cidade reúne palácios, igrejas, torres, fortalezas, todos numa pequena ilha, desde 1997 é Patrimônio da Humanidade da UNESCO. Vale a pena ver uma cidade que permaneceu viva, com várias intervenções de várias épocas, mas é possível imaginar essa cidade antes de Cristo.
Depois de um tempo de estrada cheguei em Split. Fui direto para o Palácio Deocleciano.
Primeiro se tem uma aula sobre o palácio, para entender o que vamos ver. Claro que ao longo do tempo foram fazendo construções coladas às muralhas, e tudo permaneceu vivo. Ainda hoje há muita gente morando em construções internas.
Palácio de Diocleciano  foi a residência imperial fortificada construída pelo imperador que morou aqui até sec III.  É um dos edifícios mais bem conservados da antigüidade. 
O imperador Diocleciano viveu neste palácio o essencial dos últimos anos da sua vida e, quando faleceu, o seu corpo foi depositado num sarcófago colocado no mausoléu que ali tinha mandado construir.
Valeu o cansaço e a dor nas costas, principalmente porque já tarde tive o melhor almoço dessa viagem. 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Zagreb

Pois é, um dia caminhando por essa cidade para descobrir que não é tão grande assim, o pior é que se descobre que à noite as coisas são mais bonitas e os defeitos ficam menos perceptíveis.
É uma cidade imponente, com construções fantásticas, o que chama a atenção é que existem muito prédios mal cuidados e bastante deteriorados. Fizeram tanto esforço para recuperar as regiões de guerra que acabaram esquecendo um pouco da capital.
O povo na rua e os bares para beber vinho são uma delícia. A história é bastante conturbadas, mesmo no nosso século (o passado naturalmente) teve guerras, os italianos, os alemães, os comunistas, as revoluções, as alianças, as lideranças e suas negociações são impossíveis.
Além de caminhar muito, com dor na lombar, acabei achando uma massagem que ajudou bastante. Acho que está virando vício, não dói enquanto ando, apenas quando sento.
Está sendo uma delícia estar nessa caminhada, encantado com o que estou vendo e descobrindo, encantado com uma possibilidade que surgiu....
Já estou no aeroporto, amanhã dou noticias de Split.
 OBS. Encontrei mais um amigo brilhante.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Zagreb e Plitvice - Croácia

Estou efetivamente encantado. Acredito que isso que estou vivendo é o verdadeiro espírito de Natal. Esse povo eslavo é admirável. Tanto em Ljubliana quanto aqui em Zagreb, estou vivendo algo admirável. Hospedado em noteis centrais das cidades, vejo uma vida ativa e feliz caminhando pelas ruas.
Desculpem alguma possibilidade de preconceito, mas é uma multidão que sabe ser gente. As ruas estão cheias de gente, muitas barraquinhas, mesas para todo lado, pessoas bebendo sem gritaria, famílias inteiras caminham sem pressa e sem empurras, Crianças se divertem sem gritarias, não existe turma querendo aparecer nem chamar atenção. Música, Dança, Mágicas, bolhas de sabão, comidas, presentes, artesanatos tudo convida a integrar.
A decoração não é um primor, mas a alegria é feliz e serena. Emocionante, acho que todos deviam experimentar esse tal de Natal sem consumo, sem euforia, mas com muito calor humano.
Tudo isso eu escrevi ontem à noite. Agora, já de noite, com uma grande dor na lombar, estou me segurando para não ir dormir. ma preciso desabafar.




Bem que me avisaram que esse tal de Parque Plitvice era uma besteira. Eu não quis acreditar, achei que todo roteiro por Zagreb incluía esse parque.... pois é, mais de 2 horas para ir, uma rota de caminhada de 8 km, uma hora de espera e mais duas horas para voltar. Não é que não seja legal, mas foi um dia que eu tenho certeza seria melhor aproveitado andando pela cidade. As cachoeiras e os lagos são bonitos, mas o esforço não compensa.












O que valeu a pena, foi o guia. Na verdade estava com muito pouca paciência para o guia que não parava de falar enquanto dirigia. Sabe esses cara que te avisam que estamos atravessando a ponte sobre o rio...


Em um dado momento falamos sobre a guerra. Foi interessante ver a transformação de um guia em um ser humano. Ele lutou na guerra, acredita muito em sua história e em sua intenção. Tem certeza de que fez bem em lutar velo fim a Iugoslávia que tentava juntar culturas tão diferentes em uma nação. Brigar por uma crença em tentar eliminar o medo e as ameaças das ideologias... Um filme conhecido, pessoas que em uso do poder, fazem coisas para parecer salvação....
Triste ver um cara com grande orgulho da história ter pouca fé no futuro. Triste esperar que os sérvios um dia reconheçam o que fizeram... A história tem muitas faces, todas lindas e todas tristes.
Voltei e fui recompensado, consegui ver um concerto da orquestra, tocando na varanda do teatro municipal.
É pouco ou quer mais?




sábado, 20 de dezembro de 2014

Kamnik e Ljubljana - Eslovenia

Ontem passei mais de uma hora no telefone para conseguir consertar meu e mail. Acredito que houve alguém que desviou meus e mails, agora tento mudar a senha mas a gol não permite. Vou continuar tentando.

Hoje o dia foi mais um presente que a vida me oferece. O guia que chegou, Seu nome é Primo (como sempre eu esqueci de pegar seu cartão). Uma pessoa incrível. Um jovem, que morou em Portugal e trabalho na America Latina (Gosta muito dos Argentinos) e já esteve na Bahia. Depois de nos entendermos sobre a forma de conversar, tivemos longos papos, essas coisas que as pessoas que descobrem os encantos e desencantos de viajar pelo mundo e sua consequente dificuldade de voltar e encontrar seu lugar. Primo, se chegar a ler o blog, mande seu endereço para que possa divulgar seu trabalho.

Saímos para ver os arredores da cidade. Uma paisagem linda, pequenos agricultores e pequenas vilas com casas enormes e grande qualidade de vida. 



Chegamos em Kamnik, uma cidadezinha que estava na base dos Alpes e servia como posto de controle dos viajantes que iam para a Austria. Uma cidade gostosa, com construções bonitas e restos de um antigo castelo. Foi possível conversar sobre a história e perspectivas desse lugar tão abençoado e cobiçado.

De volta a Ljublijana, caminhamos muito, por outras regiões da cidade agora com informações de costumes e valores. Um dia lindo, com sol e muitas pessoas felizes pelas ruas, feiras e bares. 

Sai da cidade com muita pena, uma sensação de que havia muito para descobrir e me encantar. 



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Postojnska, Predjama, Ljubljana - Eslovenia Mágica.

O dia hoje foi espeleológico anticlaustrofóbico biológico atlético medieval romântico emocionante.
Apenas para fechar as histórias de ontem, descobri que a agência que deu problema ontem, simplesmente cobrou de mim dez vezes mais que o bilhete local.
O dia amanheceu e eu já havia ontem confirmado o passeio contratado para hoje. O dia de sol, muito frio e na hora marcada chega uma mulher linda, animada e simpática... Depois de nossa apresentação, entramos em seu carro e ela me informa que vou ser um grupo privado. Nos pusemos a viajar por estradas lindas em direção à Postojnska. Confesso que me questionei se queria ver caverna, mas estava tão gostoso ir ouvindo suas histórias, nessa hora o meu ouvido escuta e entende inglês. Conversamos de história, política, economia, etc...
Depois de um gostoso café, comprei ingresso para conhecer a caverna. Uma loucura, descemos num trenzinho em boa velocidade. (aquele mesmo e no mesmo local que Indiana Jones). Quatro km e meio depois, por túneis apertados, salões de estalagmites e estalagmites. o trem para e iniciamos uma caminhada de dois km. É impressionante, pena que as fotos não mostram a emoção e a grandiosidade das cavernas. Em alguns momentos desligaram todas as luzes. Você sente o que é uma verdadeira escuridão.
Impressionante é que antes de entrar tem um rio que a gente vê entrar dentro da montanha. Ele passa sobre os túneis e a gente sente o respingar da água constantemente em nossa várias subidas e descidas. Formam algumas pequenas lagoinhas. Lá em baixo, no escuro (a gente só tem acesso a 20% da caverna) vivem as salamandras. Por isso que aqui surgem as histórias de dragões. Os dragões são as salamandras que cresceram e habitam as cavernas.
Trem de volta e um prazer enorme de ter feito essa aventura.
À bordo de nosso carro, vamos para o Castelo de Predjama. Uma loucura, as histórias todas do castelo. Construído entre as pedras de uma montanha, foi perfeito para o refúgio de Erasmo. Depois de matar uma pessoa para defender um amigo, Erasmo foi condenado à morte pelos reis da Austria (aqui vizinho, os Alpes Austríacos são sempre visíveis daqui). A construção é de 1570, mas foi habitado e continuou tendo obras até depois da segunda guerra. É uma loucura imaginar a vida na idade média. Esses castelos deviam ser muito frios e úmidos, sem nenhum conforto, imagine que ainda não haviam vidros para fechar as janelas. Passei horas subindo escadas entrando em cômodos e ouvindo as histórias.
Depois de voltar a Ljubljana, o caminhar pelo centro histórico. Tudo muito lindo, pessoas tocando músicas, corais cantando, grupos de amigos cantando, crianças correndo, barraquinhas espalhadas pelas ruas vendem vinhos, comidas típicas, doces, plantas, etc. A cidade toda passei alegre. A gente não tem vontade de voltar para casa, é uma alegria convidativa. Aproveitei para subir a montanha e conhecer o outro castelo. Parecia perto, mas é uma escalada para chegar lá. Lindo, reconstruído, mas conta as histórias todas, aqui morou um tempo Átila, o exercito de Napoleão, os romanos, etc.
Pronto notícias dadas, agora vou sair para jantar, comemorar e ser feliz.





Ljubljana, a capital Eslovena, entre os Alpes e o mar Adriático, pode-se dizer que é o centro da Europa, Muitas pontes, muita tranquilidade, muita história (Romanos, Mongóis, Celtas, Alemães, Austríacos, Húngaros, etc.) Reis e comunistas, um caldo cultural temperado.