Tô Voltando - Pode ir armando o coreto e preparando...

Londres tem cinco aeroportos, todos fora de mão mas com acesso de metro ou trem.

Sai cedo, cheguei na estação ela ainda estava fechada. Sabe como é ansiedade de viagem, a gente tem que fazer as coisas com calma e antecedência.

Cheguei no aeroporto, fiz check-in e não podia despachar a mala (ainda era cedo). Resolvo tomar um café e ler as notícias e deparo com a boa nova que Guarulhos vai fazer greve amanhã. Tomara que seja depois de minha chegada e retirada da mala. Mas isso a gente não pode decidir, só torcer.

Claro que valeu muito a pena tudo que fiz. Férias é muito bom, com a maturidade a gente aprende a relaxar e com a experiência a gente aprende a viajar. Resolvi fazer contas:

Visitei 13 países: Luxemburgo, Alemanha, Áustria, Hungria, Romênia, Bulgária, Grécia, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Islândia, Irlanda do Norte, e República da Irlanda.

Pernoitei em 28 cidades.

70 horas em trem – 12 embarques – 3503 km

45 horas em avião – 8 embarques e mais umas 20 horas de aeroporto – 32.270 km voados

72 horas em ônibus – 18 embarques – 1005 km de estrada

Em resumo Viajei 187 horas 36.778 km em 56 dias

Fora isso, o mais importante é que pelos cálculos do GPS foram mais de 10,5 km por dia caminhando, ou seja devo ter andado mais de 600 quilômetros.

No final das contas, um milhão de experiências, fotos, aprendizados.

Energia renovada para uma nova fase de vida.

Muita reflexão, muita decisão e muito desapego.

Muita esperança, um cansaço nas pernas.

Coração e alma estão leves, eu tenho um caso de amor com cada anjo que encontrei.

Muita gente me ajudou. Muitos mandaram mensagens.

Estou voltando, pronto para novos desafios.

Vou chegar em Frankfurt perto do mio dia, e embarco para o Brasil no final do dia.

Já estou com todos os 13 filmes prontos e editados. 

Já estou mandando imprimir o último álbum.

Quem gostar e quiser ver e conversar, estou disponível e gostaria muito de poder compartilhar as fotos e experiências.

Os problemas do aeroporto enchem o saco, mas não tem importância.

Stratford - O berço de uma lenda

Não sei se é sorte, se é destino ou um simples acaso favorável.

Hoje é meu último dia de passeio nessas férias.

Resolvemos vir a Stratford-upon-Avon, terra do Shakespeare.

Nada como terminar essa jornada pelo Reino Unido, na terra do maior escritor dessa língua,

O cara morreu em 1616, nasceu em 1564. E a cidade faz o tributo mais justo e lindo que se pode imaginar.

Aqui não se fala de sua obra, aqui se preserva a cidade e a vida que ele teve.

É possível entrar na casa que ele nasceu. Filho de um rico comerciante, estava no centro da cidade e as casas em torno estão absolutamente coerentes com a época.

O museu é pequeno, mas na casa existem recepcionistas trajadas com roupa de época e muito dispostos a contar as histórias.

Nossa sorte foi ter vindo de ônibus e comprado ingressos avulsos (online). Além de sair muito mais barato, evita entrar nesse templo seguido por um monte de gente e um guia falando sem parar).

A cidade é linda e bem cuidada, mas as sinalizações não existem para quem vem sem grupo. Mas teimoso descobre as coisas.

Fomos à casa de sua filha (na época se casou com um médico respeitado e tinha a maior casa da cidade. É legal ver o que era riqueza no final do Séc XVI.)

Caminha-se até a Igreja onde ele foi batizado, se casou e foi sepultado. Tem um quadro com seu batismo e seu registro de óbito.

Depois disso, a gente caminha quase três quilômetros entre parques e lindas vilas, fazendo o caminho para chegar na casa se sua amada Anne Hathaway, na época fora da cidade, uma casa de camponês.

Legal ver o lado humano e apaixonado do William, ela foi seu amor de infância, 8 anos mais velha e de classe social diferente (já viram de onde vem a inspiração para Romeu e Julieta).

Combatido por todos, eles casaram com ela grávida (ele tinha 18 anos). Conseguiram registrar sua filha (driblando as normas da época)

Lindo ver o respigo ao homem, além do mito.