domingo, 15 de fevereiro de 2015

Foi assim

Foi assim:
Sai de Sampa, parei em Madri e cheguei em Milão.
Em Milão fui convidado para a Santa Ceia, sai para caminhar com Leonardo da Vinci e ver que moda é algo muito legal sem ficar com modinhas e palhaçadas.
Em Veneza descobri uma forma de governo que garantia um império justo e a teimosia para ser devoto de São Marcos persistindo em não ser dominado.
Em Ljubljana uma capital linda, alegre e festiva, com gente pelas ruas em uma Eslovênia que busca recuperar sua nobreza austro-húngara superando a dominação de Átila e se esquecendo de uma fase Iugoslava.
Em Postojna entrar em cavernas profundas onde nascem as salamandra e descobrir o castelo onde Erasmus conseguia viver dentro da montanha.
Em Kamnik ver a vida rural/urbana do interior que tem história, memória e simplicidade no pé da montanha e no caminho para o grande império.
Na Croácia ver uma Zagreb que se reconstrói e uma orquestrar que toca na varanda mesmo com temperaturas negativas.
Em Plitivice caminhar entre lagos e cachoeiras de águas transparentes e passar por áreas de combate que foram totalmente recuperadas.
Em Troguir ver igreja com tantos símbolos tão diferentes e bem feitos além de caminhar por ruas que tem vida desde um século antes de Cristo.
Em Split poder descobrir cantinhos dentro do templo de Deocleciano, uma mistura de tudo e um mistério de tanta história.
Em Dubrovnik poder caminhar em uma cidade medieval tão viva e acolhedora, subir ladeiras ver celebrações com muita nobreza.
Na Bósnia Herzegovina poder ver Mostar, chorar sua ponte reconstruída e suas construções marcadas por balas e pelo abandono.
Em Pocitelj poder escalar uma montanha entre casas de pedra e minaretes silêncios à margem do rio.
Em Sarajevo poder ver a dor e a dignidade de um lugar que já viu tantas guerras em tão pouco tempo. Ter diversas religiões e culturas e um silenciar que faz barulho
Em Montenegro desviar da chuva em Kotor para sentir mistérios em seus montes.
Em Budva poder perceber esse impasse entre história e comercio.
Na Sérvia poder sentir o grande império que foi a Iugoslávia e ver uma Belgrado imponente forte ostentadora de lembranças e guerras.
Em Novi Sadi penetrar na história de cidades e templos que guardam a tradição em sua comida e licores.
No Kosovo ver o contraste de uma Pristina recuperada e sem cultura, tutelada e em busca de uma liberdade que não chegou.
Na Macedonia ver uma Skpja que tem tanta escultura que parece um museu a céu aberto, com bairros tão históricos e acolhedores.
Em Ohrid descobrir um lago e templos e escavações que mostram um centro urbano muito importante para a História da humanidade e da Europa.
De volta à Itália, poder rever Roma e uma cidade com centenas de anos de vida e com marcos tão significativos, além do Vaticano com um Líder tão forte falando em sua janela.
Em Orvieto subir a encosta para chegar em uma cidade tão acolhedora no alto da montanha entre muros tão fortes à beira de precipícios
Em Assis penetrar num mundo e numa energia indescritível, além de uma capalinha tão singela e tão poderosa.
Em Pompéia perceber a cidade, sua vida, seu horror e todo o trabalho de recuperar a história.
Na Espanha, ver o aqueduto de Segóvia, entrar no Castelo e comer seus assados.
Em Ávila, penetrar e subir em suas muralhas, descobrir a vida e obra de Santa Tereza.
Em Alba de Tormes visitar o monastério e ver as relíquias e um coração incorrupto por quinhentos anos.
Em Salamanca, penetrar no mundo das grandes universidades e no mundo de e uma juventude em busca de um lugar no mundo.
Em Toledo flutuar pelas ruelas, igrejas e catedral que elevam nosso sentimento a um estagio de contemplação
Em Córdoba conhecer a mesquita que virou igreja mas que impressiona os sentidos e a noção de tempo.
Em Granada a descoberta que além da obra impressionante de Alhambra tem uma história tão bonita de São João de Deus e seu sanatório.
Em Sevilla os castelos, os jardins a catedral e o antigo centro do mundo e das conquistas.
Em Cáceres ver tantas conquistas, dominações e um patrimônio tão significativo.
Em Madrid, agora que o sol se apaga, fica esse aconchego no coração. Lembranças de uma cidade, de um povo, de uma experiência, seus vinhos, suas comidas e todo aprendizado. Mais que uma língua, uma cultura, uma história, uma crise e uma busca para manter essa verdade.
Tenho certeza que valeu muito a pena. Sei que essas vivencias vão se acomodar de alguma forma passarão a fazer parte do que sou.
Obrigado àqueles que me acompanharam, é muito bom ter companhia.

Um beijo

Carnaval

Sabadáaaaasssssso desses que a gente quer sair da cama e não quer que começe.
Último sábado nessa cidade, sábado de carnaval e um sabor de festa e cinzas.
Fui caminhar pelo Chueca bairro das boutiques e do comércio, caminhar pelo boulevard do Prado e ver a nobreza e lembrar de todas as histórias dessa avenida.
Caminhar pelo Parque do Retiro e ver tanta gente curtindo um parque municipal com tantas atrações, apesar do frio.

Entrar no centro municipal de turismo e ver um centro cultural tão grande e tão bonito e tão sem administração (Ah! Um Sesc aqui).
Uma exposição de obrar particulares muito linda.
Voltar ao Museu do Prado para completar a visita e me deliciar com esse lugar.

Depois caminhar pelas ruas (claro que com algumas paradas para um vinho e uns tapas. e ver alguns sinais de carnaval.
Enfim o Carnaval.... 
 Um desfile primário, sem iluminação, com algumas alegorias movidas a bicicleta.
Cada grupo de pessoas tinha seu carro de som e suas músicas.
Alguns grupos de teatro faziam algumas performances.



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Arrumar as malas, já é profissão...

Amanheci entorpecido, quase tudo no automático, menos essa sensação triste de último dia de aula... Pensava tanto na experiência que só percebi que garoava depois de três quarteirões. O frio então, quase zero e eu estava protegido sem pensar.

Arrumar as malas, já é profissão... ou será que é acender as velas?
Velar o que acaba, quando não tem sonho tem desilusão?
Ou... quando não tem samba tem desilusão,
é carnaval e não tem samba,
Mas tem realização
"É mais um coração que deixa de bater e a gente morre sem querer morrer..." (Zé Keti)
Agora coração deixa de bater pelo desafio e começa a bater pelo retorno.
Voltar às raízes encontrar novos sonhos,
essa realidade que também pode ser sonhada,
mesmo diante do tempo seco devemos irrigar.
Vencer desafios, enfrentar tempos fora de casa e de qualquer conhecido.
Tentar aprender uma coisa que foi difícil,
realizar um sonho e não tê-los mais deixa de ser ilusão e não é desilusão.
Morar em cantos que não são seus mas tentam ser,
sair cedo, ainda escuro e com muito frio,
se descobrir no metro que não precisa mais ficar lendo as estações,
sorrir e o garçom já sabe o que quero e eu já sei quanto custa.
O que é para ser velado?
Eu queria muito realizar meus sonhos sem perder a realidade.
Eu queria mesmo que pudesse realizar, sem quebrar o encanto dos sonhos.
O encanto é real e a realidade é algo que se dissolve em um próximo encantamento.
Nada é para sempre, nem o sonho nem a realidade, ninguém sabe o que é real.
O sonho é tão real que parece estar à beira de um precipício para se tornar delírio
Acreditamos tanto neles que algo que não o suporte não é real, é injustiça
Justo é que o sonhos se concretizem, mas o concreto não é tão sutil quanto um sonho.
Eu queria sonhar minha realidade sem perder os meus sonhos.
Eu queria mesmo que pudesses sonhar sem quebrar a ilusão de realidade.
O sonho é encanto e a realidade é canto, um seduz o outro acolhe e apoia.
Não há como sonhar sem ter os pés no chão, mas não há chão que acolha tanto encanto.
A questão é de dimensão, não de limites para o sonhos, mas a realidade pode ser mais que uma só.
Que coisa mais chata essa de ser realista e ter separar realidade de desejo...
O que seria da realidade não fosse a nossa mania de delirar com algo que nos tire daqui.
Porque essa maldita história de separar o ser e o estar...


Amanhã vou conhecer o carnaval de Madrid, Domingo eu não sei, segunda eu volto para casa.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Madrid para o alto e do alto

é sempre impressionante ver as obras de arte que são as esculturas nos prédios.

 Fui ao centro de Belas Artes e descobri que se pode subir no terraço, além das exposições, pude fotografar a cidade.

 Enfim, continuo encantado com a cidade.
Tentei ingressos para teatro e não consegui nada.
Encontrei a igreja da cientologia, calo que entrei, tentei me informar, ví 7 vídeos, mas descobri pouco, a não ser os milagres que podem fazer.
Ah! se eu continuasse o curso, estaria indo para o nível C2. Vê se pode.
Quando for continuar tenho que fazer testes outra vez.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Madrid - um dia de graça, de graça.

Sabe aqueles dias que começam assim assim e as coisas vão acontecendo.
Pois é a calefação do quarto não funcionou, o despertador não tocou, o metro estava lotado e a chuvinha parecia que queria ficar.
Cheguei na escola e era dia de exame. Exame para avaliação da turma antiga para saber se já tinha atingido a proficiência C1. Como estava na turma e é minha última, decidiram que era uma boa eu ser avaliado.
Tinha duas horas e fiz tudo em menos de uma. Várias partes, Leitura e interpretação de textos escritos de jornal, com alternativas bem capciosas. Depois um texto bem complexo para resolvermos questões gramaticais. Um teste de audição (cinco entrevistas gravadas com sotaques diferentes em cada uma).
Por fim tinha que redigir um artigo questionando uma notícia de jornal.
Pensei que tinha sido rápido porque não tenho nada a perder ou ganhar com o teste. Imaginei que estava sendo leviano pois as pessoas sabem muito mais que eu e estão demorando tanto.
Ainda não sei o resultado da redação, mas nos demais testes tive um acerto acima de 75% (surpresa, sorte, inconformismo pois acho que não sei). Os outros ficaram abaixo disso e estão há meses estudando a gramática e pegadinhas da língua. Não sei o que vai acontecer, se eles vão passar ou não. Só sei que fiz apenas duas aulas do C1 e vou bem no teste? não pode ser.
Saí contente resolvi ir caminhando para aproveitar a paradinha da chuva. Fui até o mercado de São Miguel, comer alguns tainhas. Caminhando um pouco mais, passei pelo restaurante Botin (o mais antigo do mundo) dizem que precisa fazer reservas com mais de três meses de antecedência e...adivinhem... tinha lugar. Pude comer no Botin, provar seu cordeiro assado com batatas e comer mascarpone de manga...sem comentários.

Resolvi passar de novo pela região de Lavapés (antiga zona) para poder fotografar, cheguei ao Museu  Thyssen-Bornemisza (que eu adoro) e estava bem vazio.
Pude ficar 3 horas, devagar, ouvindo um brilhante texto de audio-guia. Contemplar Picassos, Dalis, Kandinsky, Hopper, van Gogh, Degas, Rodin, Monet, Renoir, Rembrandt, Caravaggio, e muitos mais com a beleza, harmonia e silencio do Thyssen é um presente.

Viu só, o dia começou assim e terminou cheio de bons presentes.




terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Madrid, de novo

Depois de pesquisar coisas que faltavam conhecer em Madrid, descobri que havia estadeou poucas igrejas. Sim aqui dizem que não são bonitas e a mais bonita é a igreja de San Antonio dos alemães, fundada como uma igreja de San Antonio do Português, é uma igreja localizada no centro. É um exemplo  barroco. Foram utilizados na sua construção de materiais de baixo custo, como tijolo e gesso, com uma fachada sóbria e discreta. A principal novidade desta igreja é a sua planta elíptica, um dos poucos na Espanha, e que é totalmente afrescos tanto a cúpula e paredes. 

Fui caminhar pelo centro, fui conhecer o espaço Gourmet Experience no nono andar do El Corte Ingles. Uma super área de alimentação com pequenos restaurantes do mundo todo. A tão famosa vista nem é tanto assim, mas valeu pois consegui comprar páprica.


Fora isso é bom estudar, pois tenho prova amanhã e aula à noite.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Madrid, again

Cá estou eu em Madrid. Tristinho e com frio. O frio a gente aquece com agasalho e vinho. A tristeza a gente curte, cainhando pelas ruas e já querendo voltar. Triste com notícias do Brasil, mas sem saber o que fazer...Difícil essa situação de não ter saída e pouca esperança.
Estou no mesmo apartamento que fiquei da outra vez, já habituado com metro, lojas e distâncias. Preparando as malas para voltar. Uma gengivite enchendo o saco, mas já estou cuidando. Não é por isso que vou parar de beber vinho, comer tapas, etc.
Por sinal hoje voltei a um restaurante que eu gosto e comi aquele polvo maravilho com páprica e azeite, sabe aquilo que a gente reza a cada pedaço que põe na boca... O garçom me convidou para uma paella de despedida, claro que vou, falta marcar.
Ah! hoje na escola fui mandado para a classe de C1, ou seja, já estou no avançado. Acho sinceramente que esse pessoal é louco, me sinto cada vez mais despreparado e julgam que posso ir para C1? Esse nível o considerado de proficiência para poder trabalhar em qualquer lugar da Espanha. mais que esse só o C2 que são testes para linguistas segundo o Instituto Cervantes. Francamente não acredito que merecia estar no B2. mas as aulas estão muito legais. Somente duas colegas, Uma da China e outra do Cazaquistão. As duas moram aqui e estão na escola há bastante tempo. (9 meses). Nos exercícios e vocabulário eu estou bem, mas os verbos, as condicionais etc... Meu Deus. Mas como não tenho que apresentar diploma para ninguém, vou curtir.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Cáceres

Depois de enfrentar 4 horas de ônibus, cheguei a Caceres. Uma viagem interessante, grandes olivais, grandes plantações de cortiça e as cidades da região de Estremadura (uma das mais pobres da Espanha.
A cidade é uma boa surpresa. Primeiro o bar que entrei para comer me ofereceu um risota de rabo de touro. Maravilhoso. 
Depois disso, só subir e caminhar por essa cidade medieval muito bem conservada e com pouca gente.
Pequenos museus abertos à visitação, exposições. Uma cisterna árabe, e muita história.
A presença humana no território é desde a pré história. Escavações onde foram encontradas pinturas de mãos humanas com a particularidade de ter o dedo mindinho amputado.
No século I a.C., foi fundada uma capital romana, 
No século V d.C., os visitados arrasaram a cidade e até ao século IX não se ouviu mais falar de Cáceres.
Os muçulmanos proveitaram a localização estratégica, na qual tinha assentado a colónia romana, para construir uma base militar para fazer frente aos cristãos vindos do norte. 
No século XII, devido ao avanço dos cristãos, a cidade foi fortificada com uma muralha.
A partir desse momento, Cáceres começa a transformar-se, construindo igrejas no lugar das mesquitas e palácios cristãos sobre os palácios muçulmanos. Com algumas modificações desde o século XVIII, a cidade chega aos nossos dias quase sem alterações, sendo uma das cidades monumentais mais bem conservadas do Mundo.